Não sei explicar, e minha mãe talvez seja quem mais me pergunte isso, por que escrevo letras que falam de medos, coisas não realizadas, incertezas, fraquezas, dor. Sei que tudo isso continua existindo dentro de mim, apesar de me sentir bem na maior parte do tempo, o que pode ser uma explicação. Mas por que não falar mais sobre o lado luminoso? Não sei...
Li recentemente 'Elliott Smith and the big nothing', biografia de meu herói morto há seis anos. Em determinado momento, o autor, Benjamin Nugent, cita uma frase de uma cantora cujo nome não me vem à memória, mas que dizia basicamente isto: "Se você quer ser um grande compositor, olhe para o lado obscuro da vida".
Nugent citava essa ideia como uma forma de tentar explicar o caminho autoral de Elliott Smith. Achei perfeito. Meus compositores preferidos nunca tiveram medo de olhar para seus monstros mais feios e temíveis. Acho que me influenciaram.
Fazer música não é uma forma de terapia. Pelo menos não pra mim. Música é arte. E para se tentar fazer arte, acredito que precisamos sentir necessidade de modificar o mundo. Ou, melhor, modificar a imagem que as pessoas têm do mundo. O artista é um pouco metido, achando que vale a pena declarar a forma como ele vê as coisas.
Por algum motivo, acho válido dizer às pessoas sobre como ando me sentindo a respeito da minha dificuldade de dizer não, ou da minha crença de que o amor é incerto sempre, apesar de grandioso. E isso pode soar triste.
Mas não sou uma pessoa triste. E, mais, não estou triste. Tanto que tive vontade de escrever a mais feliz de todas as canções que já compus. Justamente a que escolhi para encerrar o disquinho que vem aí. Chama-se 'Tempo cruel'. :-) O título, obviamente, é uma brincadeirinha.
De erro em erro
Li recentemente 'Elliott Smith and the big nothing', biografia de meu herói morto há seis anos. Em determinado momento, o autor, Benjamin Nugent, cita uma frase de uma cantora cujo nome não me vem à memória, mas que dizia basicamente isto: "Se você quer ser um grande compositor, olhe para o lado obscuro da vida".
Nugent citava essa ideia como uma forma de tentar explicar o caminho autoral de Elliott Smith. Achei perfeito. Meus compositores preferidos nunca tiveram medo de olhar para seus monstros mais feios e temíveis. Acho que me influenciaram.
Fazer música não é uma forma de terapia. Pelo menos não pra mim. Música é arte. E para se tentar fazer arte, acredito que precisamos sentir necessidade de modificar o mundo. Ou, melhor, modificar a imagem que as pessoas têm do mundo. O artista é um pouco metido, achando que vale a pena declarar a forma como ele vê as coisas.
Por algum motivo, acho válido dizer às pessoas sobre como ando me sentindo a respeito da minha dificuldade de dizer não, ou da minha crença de que o amor é incerto sempre, apesar de grandioso. E isso pode soar triste.
Mas não sou uma pessoa triste. E, mais, não estou triste. Tanto que tive vontade de escrever a mais feliz de todas as canções que já compus. Justamente a que escolhi para encerrar o disquinho que vem aí. Chama-se 'Tempo cruel'. :-) O título, obviamente, é uma brincadeirinha.
De erro em erro
Chego ao fim
Ao meu final feliz
Com você aqui
O tempo pode ser cruel
O tempo pode ser cruel
Pra quem nunca errou
Mas não pra mim
Que precisei de tanto tempo
Pra acertar
E aonde vou
E aonde vou
Ninguém pode chegar
É só pra mim
O meu lugar