quinta-feira, 28 de maio de 2009

Pílulas: pequenos fatos dignos de nota

O YouTube tá me sacaneando que nem meus amigos! Ao digitar "beto só" na busca do site, vejo na tela a seguinte sugestão: "Tente também: beto only".  

quarta-feira, 13 de maio de 2009

'O tempo contra nós': 5 mil downloads

Pra quem montou a primeira banda numa época em que fazer sua fita demo circular era a coisa mais difícil do mundo, a internet é sempre uma surpresa. Levantamento da revista Senhor F sobre o número de downloads de músicas feitos na seção Senhor F Virtual aponta que a nossa 'O tempo contra nós' foi a música mais baixada no site em 2008, com 2.194 downloads. Desde que foi disponibilizada na Senhor F, em dezembro de 2006, a música somou 5.048 baixas. Só este ano, já foram 1.280.

Eu me tornei Beto Só em 1996, quando criei a banda Beto Só e os Solitários Incríveis. Gravei uma demo com todo o dinheiro que juntei dando aulas de inglês, lançada no ano seguinte. Na época, a nossa música que fazia mais "sucesso" se chamava 'Chico Buarque'. No show de lançamento, vendemos 23 fitas. Depois, deixei cinco demos numa loja de discos. Mais três foram vendidas. Vinte e nove pessoas adquiriram a gravação de 'Chico Buarque' no ano em que ela foi lançada. Um tempo atrás, coloquei todas as músicas gravadas pelos Solitários Incríveis em uma página da Trama Virtual. Desde então, 'Chico Buarque' foi baixada 54 vezes. Mais de 10 anos depois...

Na Rolling Stone passada, Humberto Gessinger, dos Engenheiros do Hawaii, pergunta se a internet é uma boa pra quem não é famoso. Os números não mentem, é uma ótima.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

'C_mpl_te', o segundo do Móveis

A primeira faixa de 'C_mpl_te', segundo disco dos Móveis Coloniais de Acaju, traz uma agradável sensação de que algo está diferente na banda brasiliense mais bem-sucedida dos anos 2000. 'Adeus' é uma terna e quase melancólica música sobre reencontros, curtinha para os padrões "moveininanos", com timbres atuais. Dessas que dá vontade de ouvir de novo. 

Ela, como percebemos na audição do CD, lançado pelo projeto Álbum Virtual, da Trama, destoa um pouco das outras 11 músicas do repertório. Mas a sensação que ela traz de que algo mudou não está errada. O Móveis continua Móveis, mas está melhor. Dizer que os caras passaram por um amadurecimento pode dar uma ideia errada do que eles fizeram nesse sucessor de 'Idem'. O termo mais correto talvez seja "polimento".

Em 'C_mpl_te', a banda consegue respeitar as composições, deixando as músicas surgirem sem tantas mudanças abruptas de ritmo, sem a colagem de diversas partes que faziam as faixas do CD anterior às vezes parecerem várias em uma só. O resultado é mais pop (o que é bom!) e serve para o Móveis dizer: "nós não somos apenas bons músicos, nós sabemos fazer canções". Exatamente o que a bela faixa de introdução nos diz: vem aí um disco de canções.

Algo me diz que essa escolha vai levar a banda mais longe, alcançando um público ainda maior. Músicas como 'O Tempo', com um refrão bem grudento (e que tem uma bateria maravilhosa e um bem-vindo piano mais aparente) e 'Falso retrato (u-hu)' ajudarão nesse caminho. Se há pecados nesse disco, talvez sejam dois: o novo arranjo de 'Sem palavras', já conhecida dos shows, no qual uma das linhas de metais mais emocionantes que a banda já criou aparece diluída (talvez porque remetesse a Los Hermanos -- mas era bonita de lascar...) e um excesso de felicidade. Mas que tipo de gente acha excesso de felicidade defeito? Deve ser alguém bem sozinho...   

terça-feira, 5 de maio de 2009

Moretti + Cohen

Faz um tempo já, escrevi alguns textos falando sobre a relação da música com o cinema. De propósito, "esqueci" de mencionar uma das cenas mais legais onde imagem e canção se juntam para formar um desses momentos inesquecíveis da sétima arte. O "esquecimento" se deu por uma ignorância minha. Não sabia qual era a música que compunha a cena em questão e não consegui descobrir fazendo uma pesquisa pela internet. Mas agora sei, graças ao santo YouTube.

O bom é que posso reparar minha falha anterior. O chato é que tenho de admitir que minha ignorância era imensa. A música é 'I´m your man', cantada por Leonard Cohen. E pelo jeito, é uma das mais conhecidas dele, pois virou título de filme. Mas poder lembrar a cena em que Nanni Moretti passeia de lambreta pelas ruas de Roma, em 'Caro Diário', compensa a vergonha diante de minha lacuna musical.

O filme do italiano é um dos que me inspiram mais carinho. Lembro até hoje da minha grata surpresa ao assisti-lo pela primeira vez no cinema da Cultura Inglesa. Um humor leve, crítico e ácido ao mesmo tempo, raro de encontrar. Poucos dias depois, levei meus melhores amigos ao cinema e o assisti de novo. Fiz isso com poucos filmes na vida.

Se você ainda não viu, veja uma palhinha abaixo. Se já, provavelmente vai gostar de rever. Cortesia do santo YouTube.