quinta-feira, 29 de novembro de 2007

'O tempo contra nós' ao vivo

Uma das músicas que tocamos no III Senhor Festival, sábado passado no Gate´s Pub...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Ainda bem que ela existe!

Pela primeira vez estou achando muito boa essa onda de pirataria. É que assim posso satisfazer minha curiosidade mórbida de assistir a 'O Magnata' sem ter que dar dinheiro pro Chorão... :-)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Quanto tempo leva dez minutos?

‘O espaço de nada’, o novo single que estou lançando esta semana pela internet é uma daquelas úsicas que só levam dez minutos para ficarem prontas. Na verdade, o disco já estava todo composto e estávamos prestes a entrar no estúdio quando ela surgiu. Veio da inquietação de sentirmos que, apesar de termos um bom conjunto de músicas, ainda faltava alguma coisa, talvez uma composição que “amarrasse” todo o repertório.

No meio dessa angústia, peguei o violão e comecei a tocar um riff de guitarra que o Ju, meu irmão e parceiro, havia me apresentado cerca de um ano atrás. Era um riff de que nós dois sempre gostamos, mas nunca conseguimos fazer nada além dele. O que poderia vir depois?, que acordes tocar?, que melodia cantar? Por mais que tentássemos, não conseguíamos dar àquele riff uma canção.

Mas daí, num dia específico, veio uma idéia muito simples. Manter a harmonia que acompanha o riff e cantar em cima dela mesmo. Depois cair num Fá maior e fazer uma variação vocal semelhante às que o Elliott Smith tanto fez... Quase ao mesmo tempo que tive essa idéia, a letra foi surgindo, falando sobre como acumulamos coisas não feitas na vida e como elas nos pesam nas costas.

Mostrei a idéia para o Ju que se animou e fez em seguida a terceira parte da canção, com um novo riff de guitarra e que deu origem à parte em que canto a frase que dá nome à musica: “Como pode nada ocupar tanto espaço?” Estava pronta. Demos ainda uma lapidada nos ensaios com a banda, mas a canção ficou pronta naquele instante.

A surpresa foi reparar que os amigos que ouviam a pré-produção do CD, quando gravamos todas as músicas do disco ao vivo, logo comentavam sobre a faixa número 8. Era a que mais ficava na cabeça deles e o riff era sempre citado. A tal música, que surgiu assim de supetão aos 45 do segundo tempo, virou uma espécie de xodó.

Isso parece ser um dos mistérios do pop. Tanta coisa genial (não que seja o caso dessa música) surge assim, do nada, sem muito esforço aparente. E é aí que devemos dar uma ênfase no aparente. Afinal, deve haver muito trabalho inconsciente antes da coisa simplesmente desabrochar. Afinal, não é por acaso que foi o Paul McCartney quem sonhou com ‘Yesterday’. Tenho certeza de que ‘Yesterday’ não apareceria assim, do nada, num sonho do Latino... Tá, é exigir muito do Latino. Não apreceria no sonho de mais ninguém.

Pra mim, ficará sempre a pergunta de quanto tempo eu e o Ju trabalhamos em ‘O espaço de nada’ antes de termos aqueles dez minutos de conclusão. Não que a resposta seja importante, pois o que importa é que outros dez minutos como aqueles voltem sempre a acontecer em minha vida.

Ouçam aí embaixo o resultado. Se gostarem, vocês podem ir até o site Senhor F e fazer o download da música de graça. Lá também está disponível outra música do próximo disco, chamada ‘Meu velho escort’. Os convido a ouvi-las.

Abraços!



O espaço de nada

Uma idéia morta
E meus pés no chão
Mais um falso início
E só vento em minhas mãos

Tudo o que eu nunca fiz
Tudo o que nunca vou ser

O “gesto calado”
A palavra muda
O amor desperdiçado

Tudo o que eu nunca fiz
Tudo o que nunca vou ser
Tudo que não resolvi
É tudo que me pesa mais

Como pode nada ocupar tanto espaço?

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Valeu!

Chega tarde, mas, para essas coisas, nunca é tarde demais...

No próximo sábado, dou o primeiro show de uma nova fase em minha trajetória musical. Será durante o III Senhor Festival, no Gate´s Pub, junto com Watson, Rubin e Superguidis. Além do show marcar o lançamento de duas músicas do meu novo disco, que serão lançadas primeiro só na internet e depois farão parte do disco, eu me apresento com um novo formato: seremos só quatro no palco, e eu ainda vou tocar guitarra em algumas músicas, coisa que nunca fiz antes.

Estou, portanto, com uma banda nova. Continuam o Ju, na guitarra, e o Beto Cavani, na bateria. Eu canto e toco violão e guitarra. E o Rinaldo Costa, antigo e querido amigo, assume o baixo. Bem vindo, Rinalds! Tem sido muito bom rearranjar as músicas para esse formato, o que tem feito tudo, até músicas antigas como ‘Isadora’, parecerem uma novidade para mim. Isso é estimulante e me faz ter muita vontade de seguir tocando o barco.

Mas eu não poderia deixar de lembrar de caras que permitiram que essa nova fase existisse. E meu agradecimento aos meus antigos companheiros é o principal motivo deste texto. É esse agradecimento que chega tarde. Mas digo a eles que o atraso é só nas palavras, já que sempre, desde o começo, me senti grato a eles. Como continuo até hoje.

Mateus Baeta e Tiago Ianuck foram caras que se juntaram a mim desde que minha última banda terminou e eu segui carreira solo. O “solo”, obviamente, é uma grande ilusão, já que para meus discos existirem eu sempre contei com a ajuda e dedicação de caras como o Mateus e o Tiago, que tocaram baixo e teclado no meu primeiro disco e ajudaram a formatar todas as músicas do segundo disco. A essa lista, soma-se o guitarrista Bruno Sres, que entrou um pouco mais tarde, mas foi fundamental para que as músicas que estamos lançando agora e todo o segundo disco existissem.

Tocar com esses três caras foi uma das coisas mais bacanas que já me aconteceram. Gentis, sensíveis e comprometidos, os três ajudaram a transformar os ensaios e shows em momentos tranqüilos, de amizade e sempre agradáveis. Talentosos, ajudaram a melhorar, e muito, minhas canções, que eu componho muitas vezes em parceria com o Ju.

Velhinhos, muito obrigado mesmo. O fim dos ensaios juntos fez com que a gente praticamente parasse de se encontrar. Tempo de sobra nunca foi mesmo um luxo que a gente teve. Mas eu gosto de vocês pacas. Saibam disso. Beijos!