segunda-feira, 11 de abril de 2011

Entrevista


Uma nova revista eletrônica, a Negodito, me entrevistou esta semana. Divido com vocês o início do texto de Luis R. Lopes e deixo o link para quem quiser ler tudo. Abraços!

Luis R. Lopes

"Beto Só é um cantor e compositor brasiliense que, ao menos na modesta opinião deste que vos escreve, trata-se de um legítimo representante da boa música nesse país. Presente no cenário alternativo desde 2005, ano em que lançou o seu primeiro trabalho, o disco Lançando Sinais, o músico impressiona por seu universo confessional e pela sutileza com que consegue proferir versos de reflexão e melancolia em suas canções. Um verdadeiro herói para os desiludidos, equivocados e mal-amados deste país, Beto Só é um cara que, quando faz sentido, toca a sua alma, a sua ferida, o seu câncer, a sua dor, e torce. Sem dó." Continue lendo.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Novo single - Vivendo no escuro

Caros, estamos divulgando o primeiro single do novo disco. É da música 'Vivendo no escuro'. O CD vai se chamar 'Ferro-velho de Boas Intenções' e sai ainda neste semestre. Abaixo, vocês podem escutá-la via YouTube ou escolher o site que acharem mais legal para ouvi-la e baixá-la. A ilustração é do Fernando Lopes. E o lançamento, de Senhor F Discos.



Ouça e baixe: Trama Virtual / Oi Novo Som / MySpace / Sound Cloud.

Vivendo no escuro
(Beto Só e Ju)

Sempre seguir
Nunca parar
Basta insistir
E alcançar

Não desistir
É só trabalhar
Aos bons, deus
Guardou um lugar

Mas você não vê
Que vai, mais uma vez,
Se sabotar

Só você não vê
Que está tão perto
De se enganar

Músicos
Ataide Mattos - violoncelo
Beto Só - voz e violão
Ju - violão e guitarra
Philippe Seabra - piano
Tharsis Campos - baixo
Txotxa - bateria

Imitando Dylan

Uma das coisas mais legais que eu e Carol fizemos juntos foi escrever um texto para a Senhor F. Foi durante o carnaval passado, alguns dias depois da morte de Suze Rotolo, ex-namorada de Bob Dylan. Inspirados por uma dúvida sobre quais músicas Dylan teria escrito para ela, fizemos o texto. Eu basicamente digitei a peça, colocando o monte de informações que a Carol juntou no monte de livros que ela tem sobre o cara.
O texto eu publico aí embaixo. Mas a intenção deste post é mesmo só mostrar a foto que nós dois tiramos certa vez. Zimmermaníaca como é, ela sugeriu que imitássemos Bob e Suze na capa de 'The Freewheelin’ Bob Dylan', de 1963. O resultado ficou fofo, vejam:




Agora, o texto:
“It ain’t me, babe”
Caroline H e Beto Só
No domingo 27 de fevereiro, morreu a artista plástica Suze Rotolo, mais conhecida pelos fãs de Bob Dylan por ter posado com ele na capa de seu segundo disco, ‘The Freewheelin’ Bob Dylan’ (1963). Logo os jornais e sites ao redor do mundo anunciaram a morte daquela que seria a musa de canções como ‘Don’t think twice, it’s alright’; ‘Tomorrow is a long time’; ‘Boots of spanish leather’ e ‘Ballad in plain D’. No entanto, dizer que o compositor escreveu determinada música para alguma pessoa que fez parte de sua vida não é uma tarefa simples.
De fato, muitos livros e matérias jornalísticas já mencionaram que Dylan criou essas canções para Suze, sua namorada entre 1961 e 1964. A referência não é feita por acaso. As três primeiras obras foram compostas durante um período de separação do casal, quando Suze foi morar na Itália. Howard Sounes, autor da biografia ‘Down the highway: the life of Bob Dylan’, chegou a afirmar que é muito difícil não associar a letra de ‘Don’t think twice...’(lançada justamente no álbum em que Suze aparece na capa) ao que Dylan sentiu com o rompimento momentâneo. Sounes também acredita que ‘Boots...’ (lançada no álbum ‘The times they are a-changin’, de 1963) seria inspirada em Suze.
Porém, esse parece ser mais um dos vários mistérios que cercam a biografia do mito. Como lembra Robert Santelli em ‘The Bob Dylan Scrapbook’, o artista nunca confirmou essa informação. E o próprio Sounes reconhece que, em apenas uma ocasião, Dylan admitiu ter escrito uma música autobiográfica. “Eu não escrevo músicas confessionais. Bem, na verdade, eu escrevi uma certa vez e não foi muito legal – foi um erro gravá-la e eu me arrependo disso... há um bocado de tempo, talvez lá pelo meu terceiro ou quarto álbum”, escreveu Dylan na contracapa da coletânea Biograph (1985).
Para Sounes, essa música era ‘Ballad in plain D’. Gravada no álbum ‘Another side ofBob Dylan’ (1964), a  composição seria uma referência ao rompimento definitivo deDylan com Suze. Trata-se de uma balada sobre duas irmãs, supostamente Suze e Carla Rotolo. Anos depois, Carla contou a Sounes que, assim que ouviu a canção, identificou-se na letra e se sentiu muito magoada por ter sido chamada de “parasita”  (“For her parasite sister, I had no respect, / Bound by her boredom, her pride to protect”).
Tudo isso gera mais questões que respostas. Quantas e quais canções Bob Dylanescreveu para Suze Rotolo? E houve, de fato, alguma? Enigmático e quase sempre imprevisível, o cantor nunca pareceu interessado em facilitar a vida dos fãs mais curiosos sobre sua vida íntima. Vale lembrar que há dúvidas até sobre os motivos que o levaram a adotar seu nome artístico. Apesar da versão mais conhecida ser  a de que a escolha foi uma forma de homenagear o poeta galês Dylan Thomas,o trovador nascido Robert Allen Zimmerman sempre a refutou.
Em tempo, uma última lembrança: nem mesmo a pouco conhecida ‘Suze, the cough song’, pequeno tema instrumental lançado em uma das compilações de Dylan, é tida como uma obra certamente inspirada em Rotolo.