domingo, 28 de dezembro de 2008

2008-2009


A avaliação não é muito objetiva. Baseia-se mais em um sentimento que me acompanhou ao longo de 2008. Mas o ano que se encerra me pareceu ser um ano que colocou em prova a tal "cena independente". Explico. Parece que a coisa finalmente aconteceu. Digo, há cerca de quatro, cinco anos, em 2003, 2004, tínhamos todos uma expectativa de que as coisas aconteceriam para nós, independentes. Não estávamos errados. Elas de fato aconteceram, mas, como tudo na vida, rolaram de forma lenta, aquém do que nossas fantasias conseguem elaborar e, certamente, de forma ainda não acabada. Como tudo na vida.

Vejam aí os festivais independentes de pé, rolando em todo o Brasil, merecendo cobertura da mídia e investimentos de grandes empresas como Petrobras e Brasil Telecom. Vejam o novo fenômeno Mallu Magalhães dizendo não às grandes gravadoras e lançando de forma independente. Vejam aí bandas como Móveis Coloniais de Acaju e Circo Mágico (pra mim, essa sim, o grande e real fenômeno da internet no Brasil) mantendo-se fortes, ganhando público. Vejam gente inteligente bolando projetos legais — e destaco aqui a bela sacada de Senhor F ao mirar na integração sul-americana e fazer o festival El Mapa de Todos.

A maior prova de que as coisas aconteceram, como sonhávamos há cinco anos, é a de que continuamos fazendo e inventando, vivendo e criando. Outra são as críticas, algumas quase rancorosas, contra os festivais e bandas independentes vindas de quem está do lado de lá da cerca elétrica dos jabás. Será que tanta gente "graúda" resolveu dizer que nos festivais independentes as atrações são todas ruins por que perceberam a grana vindo pro lado de cá, bancando nossos festivais, discos, projetos? Hipótese boa, eu diria.

Mas 2008 acaba deixando em mim a sensação de que ainda precisamos nos comunicar com o público. Com as pessoas. E é dessa forma que sinto que fomos colocados à prova. Em 2009, acredito que uma boa discussão deva a ser sobre o que nós temos a dizer. Estamos conquistando espaços importantes, mas o que oferecemos ao público? Uma vez, ouvi de um escritor que um artista precisa ter o que dizer. É hora de nos propormos a ter o que dizer, como alguns já estão fazendo (por exemplo, Macaco Bong com o título de seu CD — 'Artista Igual Pedreiro'). É hora de olharmos para o que fazemos e debater, propor, criar uma real alternativa para o público. Aí, o espaço conquistado fará sentido.
Feliz 2009!

sábado, 27 de dezembro de 2008

O melhor, segundo o Correio Braziliense!

O ano termina com uma belíssima notícia. O nosso disco 'Dias mais tranqüilos' foi eleito o melhor de 2008 segundo os jornalistas que fazem a coluna Garagem, do Correio Braziliense. Na matéria de retrospectiva do ano, Daniela Paiva e Tiago Faria dizem: "'Dias mais tranqüilos, segundo álbum de Beto Só, confirmou o músico como um dos talentos mais completos da cidade".

Já no texto que apresenta cada um dos 10 discos selecionados, Tiago escreve: "'O caminho é longo, mas não tenho pressa', avisa Beto Só no início de um segundo álbum que, com serenidade, confirma o talento de um compositor cada vez mais solitário numa cena brasiliense tomada pela indiferença. Tão delicado quanto denso, dialoga com a melancolia do Los Hermanos e de Elliott Smith sem se contentar com a referência fácil. A luminosa primavera de um trovador."

Vejam a lista completa:

1- Dias Mais Tranqüilos - Beto Só (Senhor F Discos)
2- Acima da Chuva - Volver (Senhor F Discos)
3- Terceiro Mundo Festivo - Wado (Independente)
4- Artista Igual Pedreiro - Macaco Bong (Monstro Discos)
5- Uma Tarde na Fruteira - Júpiter Maçã (Monstro Discos)
6- Sou - Marcelo Camelo (Zé Pereira/BMG)
7- Donkey - Cansey de Ser Sexy (Sup Pop/Trama)
8- Mallu Magalhães - Mallu Magalhães (Independente)
9- A Redenção dos Corpos - Violins (Monstro Discos)
10- Como se Comportar - Moptop (Universal)

O legal é que perguntei para o pessoal do Garagem como a seleção é feita. Os três jornalistas que fazem a coluna (além da Daniela e Tiago, tem o Pedro Brandt) fazem uma lista com seus discos preferidos em ordem de preferência. Cada posição confere uma pontuação aos discos. Vamos supor: um disco em primeiro lugar em uma lista ganha 10 pontos, em terceiro em outra ganha 7 pontos e em décimo numa terceira ganha 1. Com isso ele somaria 18 pontos. Os discos com pontuação mais alta entram na relação de melhores. Isso significa que meu disco pode não ter sido o primeiro na lista de nenhum dos três, mas deve ter ficado bem colocado em todas as relações, o que garantiu uma boa pontuação.

PS: vale também conferir a lista de melhores do site Senhor F.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

'Dias mais tranqüilos' entre os mais legais!

A coluna Esquema Novo, publicada no jornal Estado de Minas, divulgou sua lista de melhores discos independentes de 2008. Abrindo a relação, está o nosso 'Dias mais tranqüilos'. Isso é muito, muito, mas muito legal mesmo!

Diz a coluna:

"Beto Só – Os dias mais tranqüilos – Beto é veterano da cena de Brasília, mas só nesse trabalho se faz pleno: ótimos arranjos, climas quase espaciais e letras que evocam sempre a simplicidade. Poderia ser banal, mas tangencia o sublime."

Para ver a lista completa, clique aqui.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

El Mapa

Um vídeo muito legal sobre o Festival El Mapa de Todos, do qual participamos. Trechinho de 'Vida boa não é vida ganha' e um pedacinho de entrevista comigo... :-)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

BH

Na próxima quinta-feira, 4/12, lançamos o disco em Belo Horizonte! Vai ser n'A Obra.

Serviço:
Beto Só (DF) e Carolina Diz (BH)
DJ Capitão Insano (rock)
Horário: 22h
Entrada: R$ 8,00