quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Baladas

Foi lendo 'Seis propostas para o próximo milênio', de Ítalo Calvino, que topei com uma frase que se tornou referência para mim: "A melancolia é a tristeza que se tornou leve". Para Calvino, a leveza deve ser um dos nossos objetivos quando escrevemos. Ela é superior ao peso. Da mesma forma, a melancolia ultrapassa a tristeza. Desde então, sempre que me chamam de melancólico, sorrio. De triste, franzo a testa.

Lembrei disso agora, depois de ler no blog de Marcelo Costa, editor da Scream and Yell, uma discussão sobre quais seriam as melhores baladas do rock nacional dos anos 2000. Na relação, várias canções que têm o poder de nos deixar felizes e molhar as bochechas ao mesmo tempo. Afinal, as boas baladas parecem ser a materialização da melancolia, essa tristeza quase gostosa que adoramos cultivar para não perdermos contato com a poesia do mundo.

Talvez esteja na diferença entre melancolia e tristeza a explicação sobre a pobreza estética do emo... não sei. Mas isso não importa neste momento. Queria mesmo deixar a dica da lista feita pelo Marcelo, que inclui a nossa 'O tempo contra nós' -- também citada numa listona que o pessoal do Alto Falante postou por lá. Vocês podem também participar do debate, que tá bacana.
Abraços!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Disco Alto

O Disco Alto é o que posso chamar de banda-irmã. Sempre tive uma afinidade estética e emocional com eles, desde que os vi pela primeira vez em um show no Space Bar. Jà fiz cover deles e fiquei muito feliz quando eles tocaram 'Isadora' em alguns shows deles.

É a banda em que hoje toca o Bruno Sres, um dos guitarristas mais criativos que já tive o prazer de ver tocando e que me ajudou a gravar o 'Dias mais tranqüilos'. É a banda também do querido Paulo Renato e do talentoso Rafael. O amigo Rinaldo já tocou com eles também.

Enfim, tem muita coisa legal que me liga ao Disco Alto, mas o principal são as músicas, sempre muito bem trabalhadas, emocionantes e de bom gosto. Por isso, fiquei super feliz de ser convidado para participar do show de lançamento do novo disco dos caras. Vai ser no dia 1º de março, na Livraria Cultura, aqui em Brasília. Depois passo os detalhes certinhos.

Vou cantar a música 'Meus amigos', que vocês ouvem abaixo.

Até lá.

Meus Amigos
eu que esperei só
todo silêncio
eu não vou mais me conter
erro muito
em quase tudo
por querer mais
do que é bom pra mim
comecei
a te perseguir
mesmo assim
não espero te aborrecer
se ao menos pudesse entender
talvez eu ousasse me esforçar pra ser mais

meu tempo acabou e eu nem lembro
quando foi que eu parei de sonhar

espero que a dor que eu causei esteja menor

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Lacuna preenchida

Eu fui apresentado ao Andrei Machado há alguns anos, pouco antes de um show que fizemos, se não me engano, no bar Feitiço Mineiro, aqui em Brasília. Era 2005, época do lançamento do nosso primeiro disco, 'Lançando Sinais'. Andrei me pareceu um desses garotos (parecia ter 16, 17 anos) bastante tímidos. Mas ao contrário do que ocorre com muitos daqueles que sofrem com a timidez, não parecia nada antipático. O enorme cabelo sem corte não escondia a cara de gente boa dele.

Isso me fez achar que talvez ele fosse um cara sensível. Mesmo sem ter conversado com ele e só tendo apertado sua mão. Acho que o fato de ele estar na mesa do pessoal do Disco Alto contribuiu para isso. Não me lembro de ter "falado" com ele depois disso.

Fico feliz de saber hoje que minhas impressões estavam certas. Dia desses, ao entrar em seu perfil do MySpace, me deparei com algumas músicas do seu primeiro trabalho como pianista/instrumentista: o delicado 'Lacuna'. Instrumental, o disco é de uma fragilidade cativante. Simples e de bom gosto, como as coisas que eu mais gosto de ouvir. Hoje, sem a cabeleira do passado, Andrei me parece a coisa mais bacana surgida em Brasília nos últimos tempos.

Fica a dica. Na página dele, tem um link para baixar o 'Lacuna' na íntegra. Dá pra ler também uns trechos de críticas -- merecidamente elogiosas -- que descrevem muito bem a música que ele cria. Uma delas diz: "Andrei creates the most simple but yet the most elegant atmosphere sounds with simple touches of his piano". Não podia concordar mais.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O brinquedo mais legal


Eu devo um bocado a esse velhinho aí de cima. Nunca tinha parado para pensar que havia uma pessoa, um cara no canto do mundo, que tinha inventado o brinquedo que mais curti na vida. Pois esse cara existia e morreu ontem, aos 79 anos. Hans Beck era alemão e inventou o Playmobil.

Sempre que me lembro da minha infância, na Asa Norte, me vem a imagem da gente no tapete azul escuro do quarto que dividia com meu irmão, brincando com os Playmobils. Teve a fase Falcon, é claro. Também a do Natal em que ganhei o jogo do Speed Racer. Mas os playmobils, inventados em 1974, um ano depois de eu nascer, nunca saíam de cena. E eu nunca tive o da nave espacial... Esse era massa, mas só via na loja. Devia ser caro.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Mais um...

Fomos lembrados por mais uma lista de melhores de 2008, o que nos deixa muito felizes. O blog Coisa Pop divulgou estes dias sua relação. A música 'O tempo contra nós' foi escolhida como a melhor nacional do ano passado. E o disco 'Dias mais tranqüilos' (com trema!) aparece entre os 10 mais.

Como diriam Os Wallaces (alguém lembra?): Le-gal! Su-per legal!

O novo ovo

E o sapato é o novo ovo. Houve uma época, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, que o protesto da vez era jogar ovos em políticos. Agora, a sapatada promete ser o hit do momento. Ontem, um tênis voou em direção ao primeiro ministro chinês...