Nesta semana, começou oficialmente a gravação do meu (o "meu", é claro, inclui um bando de gente tão dona quanto eu) terceiro disco. Estou muito feliz. Ao longo do tempo, meus sonhos, fantasias, planos, tudo relacionado à música foi mudando. A vontade de ser um superstar megafamoso foi diminuindo, por conta da realidade mesmo e também por causa das opções de vida que fui fazendo. Depois de um tempo sem saber o que queria de fato, veio claro pra mim um desejo que me parecia possível de realizar: constituir uma obra. Um trabalho consistente, do qual me orgulhasse e que tivesse um tamanhinho considerável.
Pois chegar ao número três é um passo importantíssimo pra essa realização. Sei lá, pode ser viagem minha, mas três discos me parecem um número decente, razoável o bastante pra me fazer sentir que tenho "uma obra". E, se agente parar pra pensar, é coisa pacas mesmo. Tanta banda nem chegou ao segundo. No meio independente, então, é tão cheio de gente que parou no primeiro. Ou que nunca lançou algo além de demos.
Por isso, não consigo deixar de ser muito entusiasmado com tudo o que rola relacionado à música independente. Selos, produtoras, festivais, rádios, sites. Tudo possibilita a vários artistas exatamente isso que está me deixando tão feliz: a chance de lançar seus trabalhos dignamente e formar um pequeno público. Alguns anos atrás, esses músicos estariam condenados a não serem conhecidos por ninguém além de seus amigos.
Por essa realização que começa a se conretizar agora, devo muitos agradecimentos. Além de meus parceiros (principalmente meu irmão-parceiro-sócio, Ju) e músicos que tocam e tocaram comigo, sou muito grato ao selo Senhor F. É foda demais fazer parte de um projeto que pensa em proporcionar uma carreira aos seus artistas, investindo neles com paciência, sem pressão de "dar certo". Poder gravar num belo estúdio e ter a produção do Philippe Seabra e contar com o Fernando Rosa pra conversar sobre o que estamos fazendo, pensar os próximos passos, pedir conselhos é um privilégio e tanto. Ah, como eu sei disso.
Agora, é torcer pra que o disco saia bonito. E que as músicas sejam boas. E que a gente consiga lançá-lo ainda este ano. E que alguém goste. :-)
PS: A imagem desse post é uma homenagem ao Glauco. "Como te chamas? Miguelito! Te chamavas!"