No próximo, a banda buscou arranjos mais variados e algumas músicas estão mais “pra cima”. A entrada do Bruno Sres na guitarra também trouxe novas possibilidades de timbres e algumas músicas estão ficando bem diferentes. Uma das mais queridas pra mim é ‘Minha doce bailarina’, que compus depois de assistir, em dias muito próximos, a dois espetáculo de dança: ‘Brasília, cidade em plano’, do grupo Anti Status Quo, e 'Água e sal', do Basirah (na foto, com a querida Lívia Bennet). Além da música, também escrevi algumas impressões sobre 'Brasília, cidade em plano', que enviei ao grupo na época e que transcrevo ali embaixo, no próximo post.
Para o disco, que vejo como a narrativa de uma pequena jornada até “os dias mais tranqüilos”, essa música tem um significado especial. Pra mim, é sobre a arte e seu poder de nos levar à reflexão e, assim, nos transformar. Abaixo, deixo uma versão que gravamos num ensaio, como uma prévia. Foi ao vivo e tem uns errinhos. Portanto, perdoem os nossos deslizes...
Abraços!
Minha doce bailarina
(Beto Só)
Me dá de presente duas novas piruetas
Me faz me sentir o mais covarde dos caretas
Me faz pensar no que seu gesto quer dizer
Me faz lembrar da vida que eu tenho pra viver
Me faz criar coragem
Me faz sentir vontade
Me deixa só no canto
Mas não me olhe
Não me olhe enquanto dança
Me dá a luz azul pra que eu possa chorar
Me dá o amarelo se pretende me motivar
Me instiga com movimentos impossíveis de imitar
Me leva para um mundo que eu não posso controlar
Minha doce bailarina
Me dá de presente duas novas piruetas
Me faz me sentir o mais covarde dos caretas
Me faz pensar no que seu gesto quer dizer
Me faz lembrar da vida que eu tenho pra viver
Me faz esquecer do tempo
Me faz lembrar do belo
Me deixa arrepiado
Me faz soltar o verbo
Mas não me olhe enquanto dança
Minha doce bailarina
Me deixa curioso sobre seu pés
Me deixa fascinado por seu corpo de mulher
Me deixa admirado com todo seu suor
Me lembra como é saber o que é o bom e o melhor